Punhal

Freud escreveu o mal-estar na civilização em 1929 e publicado em 1930. Na obra, Freud como a nossa inclinação para a nossa hostilidade contra o outro e a cultura. Podemos acrescentar, diminuir, o que não terá como é deixar de reconhecer esses conceitos assertivos em Freud. Vimos nos meios de comunicação responsáveis, a trama chamada de “punhal amarelo”. Chamou-me atenção esse nome, pois lembra na história uma condecoração nazista, como umas das maiores. O punha nazista era dado ao membro que se destacasse nos moldes dos preceitos nazistas. Pois, é. Quando mais brutal e escarnecedor, era condecorado. Reclama-se muito, e deve sê-lo, das atrocidades cometidas pela ação nazista. Percebo que hoje, também, tem-se variadas correntes nazistas. Chamamos de nazistas, mas seria chamarmos de humanas, pois pertence ao humano em época diferente. Bem pontuara Augusto Comte.

Comte defendia que a humanidade evolui através de três estados: teológico, metafísico e positivo. A ideia central é que o conhecimento e a organização social passam por essas fases, com o estágio positivo sendo o ápice da evolução, onde a ciência e a observação racional predominam. A frase, portanto, reflete a ideia de que a natureza humana permanece a mesma, mas as formas de pensar e organizar a sociedade mudam com o tempo, conforme avançamos pelos estágios de Comte (AI do google).

Tomemos cuidado para “arrotar” ser uma pessoa de bem e defendermos, até inconscientemente, princípios que aniquilam os outros. Uma sugestão: estudar com profundidade e seriedade essa obra de Freud.

Zezinho

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Hum… que xêro!

Hoje, dia 11/07/2025, uma sexta-feira, dia da feira livre da minha mater-trópole (grifo meu). Feira livre, para mim, evoca momentos, circunstâncias que nenhuma rede social chegará perto em descrever, muito menos, vivenciar. Dia em que diversas pessoas da zona rural, penteia-se e coloca-se perfumes diversos. Nesse universo dos odores, uma senhora passou de frente a mim com um cheiro daquele perfume forte, chamado na minha infância de “espanta nigrinha!”. Por questões de instantes fui levado, por via do odor, a vivência de um período de minha vida em que acertos e compras se faziam no dia da feira. Nesse caso específico, aos sábados. Pois venho do distrito de Salgadália, era e permanece ainda aos sábados. Levávamos para casa, carnes frescas da região das cabeças do boi e ubre. Depois narrarei a diversão de comer ubre frito, o qual se esfriasse talharia, ensebava, em nossos lábios. Voltando ao odor do tabu, o nome da colônia. Remeteu-me aquelas mulheres que no dia de sábado, lavavam o cabelo, colocava batom nos lábios e espalhavam nas bochechas, acredito para transparecer sadias, pois ficavam mais vermelhinhas, coradas.

Tenho o prazer de ter vivido antes e vivendo o durante essa era dos likes. Like do inglês que seria para nosso português, gostar. Quando alguém clica no like, entende-se em teoria, que a pessoa tenha gostado da publicação. Tornou-se a manifestação hodierna de amar. Não sei como, mas é o que está aí. Se vivi antes e vivo durante, significa que a transição eu, também, vivi. Não relato mediante saudosismo ou nostalgia. Simplesmente, pela constatação. Mas, admito, não tínhamos tantos ansiosos como na atual sociedade. O “espanta nigrinha” de hoje, fez-me visitar tempos que as fotografias e likes não entendem e não vivem. Confunde-se e muito na atual conjuntura, receber curtidas com gostar ou não de mim. Reles ilusão das curtidas. Têm que ter coisas que a fotografia na estanca nelas, momentos que só pertencem as vivências. O “espanta nigrinha” tem memórias e puxam as minhas, arrebatam-me. Fui para além do estar corpóreo. Hum… que cheirinho, um xêro!

José Roberto

Zezinho

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Discernir

Mateus 7,6

6Não deem aos cães o que é santo, nem atirem pérolas aos porcos; eles poderiam pisá-las com os pés e, virando-se, despedaçar vocês.

Precisamos, primeiramente, aguçar nosso senso de discernimento entre o certo e o errado, não se trata de moralismo. É uma atitude a fim de observar e não de cobrar dos outros, quem não desenvolveu o senso de discernimento. Queremos que “bambu dê garapa”. “Caldo de cana ou garapa é o líquido extraído da cana-de-açúcar no processo de moagem” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Caldo_de_cana). É impossível dar pérolas aos porcos para que eles deem o devido valor atribuído a elas que nos damos. Daí, não se deve esperar um bom fruto de uma árvore diferente do que ela pode “ofertar”. Exemplo: De mangueira espera-se manga e não laranja.

Há pessoas, infelizmente, que não aguçou tal senso, sabe-se que não se dar o que não se tem. Um ser amorizado oferta amor, um ser odeizante nutre-se de ódio.

Claro, quem tem o senso crítico evoluído não torna a pessoa melhor do que a pessoa que não evoluiu, óbvio que verá a vida sob novo prisma. É um ser que sabe o porquê da vida. Viver é compreender que vive. É compreender e respeitar o que está ao redor, um elemento. Não o melhor, nem o pior só um membro.

Assim, a nossa vida diz respeito a estar como um ser no meio de tantos. Não ofertamos e nem queremos dos outros o que não temos.

Não demos pérolas aos porcos. Quem são os porcos? Nós ou os outros? Ambos?

 

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Ô coisa, coisada

Ontem, 30/12/2024, estava assistindo ao DVD do show do cantor João Gomes, ao vivo em Recife, PE. Adorei seu timbre de voz, como também, as participações especiais, as quais sinalizam e simbolizam as minorias e um senso crítico da atual conjuntura social. Na letra da música “Eu tenho a senha” de João Fernando Gomes Valério. Percebi um soar sem sexismo ou mesmo machismo, uma labuta, diferentemente do que ouvi outro dia, na qual estava na composição: “Hoje eu levantei da cama, tomei meu café. Dei um beijo nas criança, eu coisei com a muié. Tudo isso foi de graça, irmão. As coisas boas são de graça, irmão”. [sic]. E continuava “pra que a gente consiga comprar um mé, o leitinho dos menino. E o Modess da muié’, o resto é só fé”. [sic]. Nada contra o gosto médio segundo Ariano Suassuna, pior que o mal gosto, concordo. Jesus disse isso em outras palavras: “Conheço sua conduta: você não é frio nem quente. Quem dera que fosse frio ou quente! Porque é morno, nem frio nem quente, estou para vomitar você da minha boca. Você diz: ‘Sou rico! E agora que sou rico, não preciso de mais nada’. Pois então escute: Você é infeliz, miserável, pobre, cego e nu. E nem sabe disso” (Apocalipse 3,15-17). Parece inofensivo e sem intenção, mas propaga a ideia do homem como esteio e a mulher apenas com a lida da casa, a qual exige muito esforço físico e psíquico. Perpassa, essa ideia na letra da canção “só fé”; a supremacia faliana, se assim posso chamar. Não devemos levar à frente ideias de um sexo acima do outro, mesmo que inocentemente. Podem dizer: “ele não pensou assim”, mas, acredite, fortifica a mentalidade de que a mulher fica em casa sem fazer nada, só gasta o dinheiro do marido. A lida da casa vejo-a como empreender muito esforço: cozinhar, arrumar, lavar, cuidar de criança, se tem. Ufa! O marido chega do trabalho diz que estar morto de cansado, não faz mais nada e a mulher o dia inteiro. Reflitamos o que levamos à frente, mesmo que sem “intenção”. “Levanta cedo pra labuta que eu tó pronto. Eu muito conto com meu Deus que tá no céu. Eu tenho a senha pra correr em todo canto. Humildade e a disciplina dos sermão que mãe me deu”.
Zezinho

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